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Poesias-->pequeno palestino -- 21/09/2001 - 02:02 (maria da graça ferraz) |
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Hoje, na telinha da TV, a imagem de
uma criança abandonada deteve minha
respiração. A imagem foi quase
instantânea mas intensa. Pobre e faminta,
em meio a paisagem desértica,
esta criança deixou cair uma lágrima.
Quase no mesmo instante,
uma mosca prendeu-se ao seu rostinho,
bebendo desta pequena lágrima...
Portanto escrevo...
É onde me começo:
À partir desta lágrima indefesa,
que todos fingiram não ver.
Portanto desperto...
Sem sexo, nome, cor ou credo!
Usando a palavra como
uma espada!
Choro a dor dos outros
Sou louca!
Choro a dor da mosca!
Choro a dor do mundo
que não me é pouca!
Pequena lágrima!
mdagraça ferraz
Derrubaste a lágrima!
E esta lágrima ruiu
como uma grande torre
Só que ninguém viu
Não! ninguém correu
Ou, sequer, te acudiu
Todos sofrem das vistas,
meu pequeno desconhecido.
Eles só enxergam notícias
trágicas de primeira página,
como pensas que irão reparar
nesta tua doce lágrima?
São incapazes de dividir
estas desditas, porque
eles choram escondidos.
Perdoa-os criança!
São como tu, vítimas,
só que não percebem isto
Eles precisam do espetáculo-
do drama feito em atos-
e não desta tua lágrima
quase ridícula que jamais
irá lotar um teatro!
Perdoa estes pobres diabos
Já não pensam
Já não se emocionam
São conduzidos pelas
mãos do mesmo bandido
que fez cair esta tua
preciosa lágrima.
Ah, pequeno anjo, tens
esta tia do outro lado do oceano,
como um longino a recolher
a lágrima do pequeno palestino
Choro a dor dos excluídos!
Da minoria desassistida!
E derrubaste a lágrima
macia e lisa, redondinha,
e fizeste a mágica de unir
teu rosto desgraçado
em um só pedaço!
As duas partes irmãs, do
mesmo pai Abrahão!
Fizeste tua lágrima gritar:
Jeová é Alá! Moisés é Maomé!
E o sexto - Gabriel -
abençoou-te no céu!
Redimiste a raça humana
na lágrima santa e prometida
E, como se isto, por si,
já não o bastasse,
ainda alimentaste, com tua
dor, um vil inseto
Foste tão fraterno
e tão intensamente divino
Teu reino é de outro mundo,
pequeno palestino...
Onde as terras não tem dono
porque são o corpo
de um Deus menino!
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