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Poesias-->Resposta a uma Pergunta que não Foi Formulada -- 19/09/2001 - 11:50 (Magno Antonio Correia de Mello) |
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Eu faço versos com quem leva um tapa estalado na face
e sai pulando de alegria
masoquista estúpido.
Eu faço versos como os hipopótamos mugem,
as sereias sibilam
e os acordeões reclamam.
Eu faço versos no passo dos bombeiros que foram consumidos pelo fogo
na fúria dos presidentes exilados.
Eu faço versos como se jogasse um ovo podre na cara redonda do Kissinger.
Eu faço versos invadindo o banheiro das mulheres
aterrorizando as senhoritas desacompanhadas
e regurgitando.
Eu faço versos aos tropeções
como se fazer versos fosse a série mais incansável de soluços.
Eu faço versos do jeito que os loucos andam em círculos
e os tolos se rendem à treva profunda.
Eu faço versos como quem imita o demônio.
E a múmia.
Eu faço versos como quem grita
e leva sem pagar uma dúzia de amendoins.
Eu faço versos do mesmo jeito que vivo.
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