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Poesias-->Ciranda da Vida -- 13/08/2001 - 13:18 (Gloria Callafange) |
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Quando eu era criança
Achava o mundo enorme
As horas custavam a passar
Esperança era nome de inseto
Paciência, apenas um jogo.
Maldade, defeito de bruxa.
Eu via a vida colorida porque
A olhava pela lente da alegria
Sentimento que só as crianças
Têm um saquinho de reserva...
A raiva era passageira
E não derivava para mágoa contida.
Vivia um dia de cada vez
Sem rituais, sem manias,
Sem achaques de gente grande.
Amava por algumas semanas
E se o coração se partia,
- Tadinha da menininha! -
Todos o queriam remendar.
A vida era uma brincadeira
Divertida e interessante
Onde nenhuma nuvem de tristeza
Escondia o brilho do sol.
Hoje, adulta, eu me pergunto
Quanto dura a infância
Das crianças sem tempo
Que não brincam de roda
Hipnotizadas pela violência do mundo
Castradas em sua inocência
Reprimidas por suas famílias
Drogam-se pela liberdade
Matam-se umas às outras
Ou se entregam à vulgaridade
Pela ausência de bons exemplos
Ou por falta de opção
E não podem se dar conta
Que a ciranda da vida,
Implacavelmente traga a todos
E nunca para de girar.
Gloria Callafange
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