Usina de Letras
Usina de Letras
23 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63320 )
Cartas ( 21350)
Contos (13304)
Cordel (10362)
Crônicas (22579)
Discursos (3249)
Ensaios - (10710)
Erótico (13596)
Frases (51850)
Humor (20198)
Infantil (5628)
Infanto Juvenil (4966)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1387)
Poesias (141345)
Redação (3358)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2442)
Textos Jurídicos (1968)
Textos Religiosos/Sermões (6366)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->Ciclo Lítico -- 01/08/2001 - 21:28 (Saulo Medeiros Aride) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ciclo Lítico



Claridade.

Nascia o Menino.

Cabelo escasso, sorrindo sem dentes.

Os parentes a correrem e elogiarem e pegarem no colo e mostrarem pros outros.

Todos loucos para que ele saísse logo do hospital.

Lindo, o Menino.



Crescia brincando

Pulando

Gritando

Gargalhando

Dançando

Esperneando.

E ia na escola e brincava e fazia cursinhos judô natação futebol capoeira.



O Menino agora era o Rapaz.

Pulava junto com os outros,

Dançava igual a todos,

Pulava só no ritmo,

Ria educadamente com a mão na boca sem mostrar os dentes ainda mais na mesa que é feio.

Ia na escola com os amigos e com eles ia aos cursinhos judô futebol academia.



Estudou, o Rapaz.

Agora, é o Dr. Sobrenome, phD.

Não pula mais, só grita às vezes por dor no futebol com os vizinhos.

Dança nas festas de terno e gravata com a esposa maquiada que ri e olha para os lados.

Chega em casa e afrouxa a gravata e dá um beijo na testa da mulher descabelada que dorme no sofá.

Só ri na frente do chefe barrigudo que lhe aperta os ombros e dá tapinhas nas costas.



Envelheceu, o dr.

Virou o Velhinho.

Cabelo escasso, sorrindo sem dentes.

Envelhecia rindo

Gargalhando

Gritando

Esperneando.

Os parentes a rirem das gracinhas e falarem baixinho pra ele não escutar.

Todos loucos para que ele saísse logo de casa.

Coitado, o Velhinho.



Escuridão.

Morria o Velhinho.



Saulo Medeiros Aride - 17/06/01
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui