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Poesias-->dó-amar-si -- 14/07/2001 - 22:05 (maria da graça ferraz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Tiraste-me bocados

como alucinado

Nada poupaste!

Foste abusado!

Amor meu,

DOEU



Encheste as mãos,

malas, vãos,

bocas,

de punhados meus

Louco amor,

tem dó!

DOEU



Levaste-me em fatias

vícios, virtudes,

pecados, manias

aos borbotões

no porta-malas

e no carrinho de mão

Paixão, tem dó!

DOEU



Hoje,

sou múmia

restaurada

Tapei buracos

Silicone

nas partes

cariadas

Oficina

de gelatina

para o eu

dentro do peito

Remodelei

corpo.

Refiz leito.

Não há outro

jeito,há?

Sem mágoa

Sem rancor

Dei-me demais

Demais me doei



Perdoei

PerDOEU

PerDOTI



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