Por que é assim? Desde o começo nós soubemos que seria assim. Nós dois, a paixão, o amor talvez... A empatia durou pouco, até o encontro dos lábios e corpos. A indiferença dominou sobre tudo. Fingir tornou-se o verbo da vez. Fingir não querer, fingir não lembrar, fingir não sentir. Fingir que durou todo o tempo. A traição. Não foi o pior, mas não poderia ter sido pior. Aquele verbo voltou ao império. Fingir não se importar, fingir não lembrar. Até o total esquecimento das regras e o encontro dos lábios e corpos reforçar o fingir novamente e dar início a um novo ciclo de diversão e prazer, desprezando a paixão. Até as palavras. Excesso de palavras que cortaram e intensificaram a paixão. E os lábios e corpos, até então, não mais se encontraram, contudo a paixão e o, agora, amor aumentam a cada dia de convívio. As melhores tardes são ao seu lado, com seu cheiro e palavras, agora doces.; com seus lábios e corpo, não mais ao encontro dos meus, mas para mim. As noites maravilhosas são essas em que encontramos nossas palavras num som esplendoroso. A melhor vida é que levo ao seu lado.