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| Poesias-->pois é -- 01/07/2001 - 15:46 (maria da graça ferraz) |
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Sou criatura calada
- caroneira de
muitas estradas.
Vivo entre o que sei
e o que não sei
Aquilo que sei
não me basta
É apenas
uma casca
do que não sei.
Sei ou não sei?
Pois é.
Sou criatura alerta.
Aventureira
de tantos desertos.
Vivo entre o que
sou e o que não sou.
Aquilo que sou
não me alivia
É fina fatia
do que não sou.
Sou ou não sou?
Pois é.
Sou criatura solitária.
Viajante de todas
rodoviárias.
Vivo entre o que
acho e o que não acho
Aquilo que acho
não me aplaca.
É pequeno pedaço
do que não acho.
Acho ou não acho?
Pois é.
Escrevo no limite,
na pororoca,
em meio-fio,
estourando
tripas e pipocas.
Movo inquieta
e esquiva
com passos
incertos
sobre um
cabo de guerra
disputado:
entre Deus e o
Diabo.
Entre cabeça
e pés.
Entre terra
e céu.
Pois não?
Eu?
Pois, és.
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