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Poesias-->Até que venha o depois -- 21/06/2001 - 00:20 (Maria José Limeira Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ATÉ QUE VENHA O DEPOIS



©Maria José Limeira

(Homenagem ao Amigo e Poeta Jurandir Argôlo)



Quando o sol se escondia,

além do sofrido horizonte,

emitindo os últimos raios

do adeus por trás do monte,

tu assomaste à porta.



Entregaste-me sorrindo

flores que trazias escondidas

sob andrajos de poeta.

O coração cantando em festa

canção de amor e seresta.



Eras o cavaleiro cintilante

da minha solidão esquálida,

a memória-história distante

arrastando-me ao meio da casa,

abrindo o mundo que se encerrara.



E por janelas e portas

me mostraste, de novo,

que a vida é um ôvo

a se partir ao meio,

renascendo sem receio.



Empurraste-me para a alegria

que enxugou minhas lágrimas,

levando-me a acreditar

no brilho-sol-poente e na grandeza

que emana da beleza estelar.



A raça humana é hedionda.

Um mar de lama nos ronda.

Mas tu existes, amigo,

a desafiar sozinho

os dragões do perigo.



Como herói de filme antigo,

venceste o mal-bandido

que me havia ferido,

e vieste dividir comigo

os louros da vitória.



Emprestaste-me glória.

Puxaste-me pela mão.

Curaste meu doente coração.

Fizeste-me feliz novamente,

em alma, corpo e mente.



Éramos somente o Nada.

Cansados à beira da estrada.

Agora somos dois

e mais de mil, camarada,

em árdua caminhada.



Até que venha o depois...

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