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| Poesias-->não obstante -- 15/06/2001 - 02:30 (maria da graça ferraz) |
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Apesar do vacilo
da negligência
do cochilo
da falta de
insistência...
Apesar das desditas,
dos acasos,
da vida bandida...
Apesar de nossos vícios
e de nossas manias.
Apesar de toda
evidência
Apesar de mim
Apesar de você
A lágrima que não caiu
O primeiro tiro engasgado
O grito que se engoliu
O sorriso que saiu obrigado
O beijo que fechou
A fuga ensaiada
Este empenho que
lhe obrigam.
Esta imagem
que me exigem.
Estes nossos credos
de tantas cruzes.
Apesar do gemido
que ruge no meu
quarto.
Apesar de tudo
Apesar de todos
Sou apenas uma
mulher a lhe esperar.
Malgrado as mentiras
os negativos
os perigos
Malgrado
as dúvidas,
os protocolos,
os dito populares
Malgrado
nossa fome,
nossos desejos,
nossos medos.
Malgrado o óbvio
Malgrado eu
Malgrado você
Este amor que você
diz inventado,
esta emoção desprezada,
a falta de explicação,
de coerência,
de razão.
Os pesadelos que
nos atormentam
As contingências que
nos imobilizam
Malgrado a resistência
Malgrado tudo e
malgrado todos.
Sou apenas uma mulher
lhe aguardando.
Ainda que o
silêncio nos atinja.
A escuridão
nos esconda.
O tempo nos desfigure.
E o fim nos encontre.
Ainda que mim
Ainda que você
Mesmo que nunca chegue
nunca venha
nunca parta
Mesmo que nada se
faça possível
Mesmo que nada
aconteça
Mesmo assim
Apesar de nós
Ainda que tudo
Malgrado todos
Não obstante
Continuarei a ser
apenas essa mulher
lhe esperando.
obs- graça ensaiando
um poeninha de amor
está duro!
ó xenteeeee!
ó megggggg!
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