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O SEMPRE AGORA
Sei que perco teu rastro
e tenho que começar
tudo de novo.
Sei que os galhos da selva
ferem na passagem
a pele que de leve
sangra.
Porque o tempo rouba
estupidamente
o que não está agarrado.
Tento construir cabanas
no meio dos bosques.
Fazer fogueiras
e tetos protetores
para driblar tempestades.
O vento derruba
porque nada é tão seguro
que fique para sempre .
Começa tudo e a busca
outra vez: de novo.
Passo então entre os momentos
cheia de alguma coisa estranha
que pode ser saudade
daquilo que nunca teve cara.
Alguma imaginaria esteira
feita de areia de praia
com insetos inquietos
que vão me emprestar as asas
para que saia de novo
a te encontrar- quem sabe?
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