BATAZEIROS
Tocava suas entranhas no silêncio
sem aviso
sem fazer drama.
Vicio de sonhador:
querer o outro
como o nada.
Então perderam-se
numa selva barulhenta
cheia de carros
e pessoas.
Eram amantes
de vazio.
Nem sabiam se sobreviveriam
E já estavam bêbados rindo
Tropeçando com a noite
Deixando pra lá
Todas as variações
Das vozes humanas.
Eram os marginais legítimos
Desfeitos pelos costumes
Isolados pelas donas
Quase nefastos e roucos
Sem rock
Sem som
Até que acharam o batuque
Enfiaram as almas nos tambores
O ritmo os comeu como água
Gloriosos pássaros do tom
Como almas que cantam
Para sempre
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
|