BARULHO E GARGALHADA
COMO UM GALHO BARULHENTO
que oferece o ruido ao outono
por dentro tenho o inverno
todo
e faço a nevoa virar sol
quando vejo
que estás aqui
tens a magia que imobiliza
meu olhar, meu sono
meu estômago faminto
meu passo teimoso
as cordas vocais
do grito preso
a luz do quarto escuro.
Então preciso fingir
para mim
que não entendo teu silêncio
como se fosse insuficiente
ter que guardá-lo.
Impressionante voo
em que me abraças
e se temos um idioma
como selo de presença
é de garganta agarrada
algo que nunca diz nada
porque grita tudo
e bêbada é
presença quase sagrada
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