FUGA sem Número.
Atravesso a selva
arranham-me os galhos
quase pregos
cada vez que vou ao encontro
da razão
Com ela tento entender
a guerra
atrocidades do dia a dia
a nossa impotência:
vulgares seres comuns
Números em manchetes
quantos mortos
quantos feridos
embaixo das bombas
só há gente
a fumaça leva os sonhos
às vezes somente
os de querer viver
leva tudo envenenado
às estatísticas
No meu canto
grito ao amor
que chamo de meu.
O que mais posso fazer?
Posso ver a beleza do céu
Este céu daqui ingenuo e puro
vazio ou cheio de nuvens
sem estratégias bélicas.
E assim como você
tento fugir do pensar.
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