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 Nas ruas tumultuadas 
Num dia em que a chuva 
Espanta a gente da praia 
E tudo que corre foge 
Do perigo que é alagar 
Seja pelas lágrimas pobres 
De quem vende quentinha 
Comida feita de casa 
Com valor abaixo 
Do preço que se merecia 
E que nem todo mundo 
Que quer comer pode pagar. 
Na cor da pele de quem 
Vive os efeitos da pobreza 
Que não foi produzida 
Por nós, os pobres. 
Viver, porém é um desafio 
Para as mulheres negras 
Estas que em sua maioria 
São as quem matam a fome 
De quem come barato 
E vendem o que fazem 
Para também alimentar 
A classe trabalhadora 
De Salvador, Rio ou Beagá. 
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