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Poesias-->pautas da minha teia -- 10/06/2001 - 22:18 (maria da graça ferraz) |
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Desprevenido macho... tão corajoso
Como ousa entrar na minha toca e espiar meu esconderijo?
Por acaso, deseja testar minha força ou quer ser devorado, provar deste meu veneno açucarado?
Pois saiba que sou uma aranha...
Sem culpa..sem remorso...
Vivo nas frestas de paredes
rachas de telhados
presa às redes
aberturas contraídas e úmidas
completamente escondida
mas alerta e nervosa
Jamais seria uma abelha rainha
Dispenso a corte plebéia
A comunidade geométrica me aborrece
Também não me alimentaria de geléias
Só provo o que caço e não o que me oferecem na boca
Prefiro a soberana liberdade
de meus domínios nos ares
Hoje, esta minha vulnerabilidade
não me assusta, dá-me prazer...
Encanta-me o perigo de me sentir fêmea
Tranço meus cabelos crespos em tabuleiros e pergunto a você: - Quer brincar mesmo assim?
Inocente macho que caminha despreocupado
sobre minhas rendas de splim
Lembro-lhe que sou uma octópode
Aperto e Acaricio
Aproximo e fujo
Sorrio desta minha ambivalência de fêmea
Providencial contradição!
Divirto-me ao tentar capturá-lo
em minhas malhas de filó- alçapão
Curioso macho que desafia linhas
Fascina-me sua rendição ao me expor a cabeça para ganhar o golpe final de meu aguilhão
Mas não desejo matá-lo
Quero-o vivo e exausto
Quieto mas não paralisado
Desejo a paz da satisfação
Umedeço. Estremeço.
Recolho as patas
Enrolo meus fios
E após o encontro,
me pego feliz e serena
ao me descobrir fria, áspera e pequena..
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