Ah! Minha flor da juventude,
por que partiste de mim
sem deixar sequer um vestígio
de tua curta passagem?
Por que me deixaste sem nau
e jogado à sanha do tempo
que esculpe, impiedosamente,
marcas impagáveis na tez
de minha face sedenta
por dias jovens e perenes?
Ah! Minha flor da juventude,
vejo ao longe o lenço branco
de tua improrrogável partida,
e bem sei que doravante
nada mais terei a fazer
senão cultivar as lembranças
de um dia claro que projetaste
no início do meu alvorecer.
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