FIM DE TARDE DE INVERNO

Renato Ferraz

É fim de tarde de inverno,

O sol se despede melancólico.

Fecha-se a cortina do tempo

E lá vem apressada a noite fria.

Cai uma chuva bem fininha,

Sobe um cheiro bom de mata molhada.

Ah! esse clima como é fascinante!

O vento animado faz a chuva dançar

Ao ouvir a melodia dos seus pingos

Que não param de cair ritmados.

Os pássaros protegem-se a seu modo

E se agasalham sob as folhas das árvores.

A orla está praticamente vazia

Diferentemente do dia a dia.

Faz lembra o cenário de uma madrugada.

Os coqueirais balançando fazem a festa.

Ao olhar para o mar, encontra-se tudo acinzentado

As nuvens baixas que o unem à chuva

Lembram a cobertura de um circo.

A lua cheia, que é aguardada,

Ninguém sabe se virá ou adiará o espetáculo.

Afinal a chuva que é a dona da noite.

Não parece estar cansada,

Enquanto isso estão ausentes também

O céu e as estrelas.