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Poesias-->TEMPLO DO FAZ-DE-CONTA -- 05/06/2001 - 02:38 (maria da graça ferraz) |
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Coração menino
Coração menina
Coração não tem sexo
Ou nexo ou vide-verso
ou vice-versa
Sem outra alternativa,
procurei o cardiologista
"Doutor, ajude-me por favor
Trago um coração que
não aceita conciliação
É menina traquinas...
É moleque serelepe...
faz bobagem e estragos
Acho que vou ter um infarto"
O médico mediu a pressão
Auscultou meu peito
E me olhou com apreensão
confirmando minha suspeita
"Doutor, pode falar...
O que está havendo comigo?"
Ele, então, confessou a engasgar
com voz pausada e doída:
Pois o coração da senhora bate
diferente de toda gente...
Há um flaflar de asas
Um chuá chuá de rio
Um cicio de vento
Um repinicar de sino
É como uma caixinha de música
a guardar toda melodia,
todos os sons, todos os acordes,
todas as vozes do mundo...
Até o profundo verbo que,
um dia, fez criar o Universo.
" E agora? o que faço?
Como silenciar a orquestra?
Calar tantos rumores...
Adormecer o maestro?"
Fique calma, seu coração
funciona como um órgão
É como se um anjo benfajezo
estivesse a soletrar o bê-á-bá
na cartilha da mãe Natureza
Seu coração é um templo
Templo de faz-de-conta
Possui um coração pequenino
não gigante. Valente coraçãozinho
metido à coração de gente grande.
Hoje, só hoje, me aceito
Meu coração ama tudo e todos
sem distinção, sem preconceito
E, se não serve, para esse mundo
bruto, duro e imperfeito...
Para mim, ele não tem defeito
Cabe direitinho no meu peito
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