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Poesias-->camafeu -- 05/06/2001 - 02:28 (maria da graça ferraz) |
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Antes de partir,
tiveste o cuidado,
de rasgar meus retratos,
com tanto prática,
tanta geometria,
tanta matemática...
Olhei os pedaços
simétricos espalhados-
quebra-cabeça sem
chances de plástica
Meus olhos no chão
Meu rosto pisoteado
Sem recuperação
a vergonha...
Marcada no tapete
minha indelével feição
feita em confetes
após a folia da farsa
de nossa vida...
Mas tudo passa
Reconstituí a ferida
Uso a máscara-
impessoal, frígida
cuja função social
é manter marcas escondidas-
algo conveniente
para uma mulher
convalescente
Meu retrato 3x4
é um camafeu
sem pigente
abandonado
quebrado
sou eu- a descasada
sem quilate
mas com vontade
de superar com calma
o violento trauma
da brutalidade :
nossa separação
e achar nova verdade
Ah, meu amado!
sobrevivi mas doeu
Ah, meu diabo!
aprendi e valeu
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