SOU COMO UM VULCÃO
Renato Ferraz
Nasce-me um desejo forte no peito.
Sou um vulcão
Prestes a entrar em erupção.
Remexem-se dentro de mim
Fortes emoções em ebulição
No mais profundo dos sonhos dormentes
De um cataclismo.
(Vulcões amedrontam e ameaçam
Pelo inesperado que são.
Embora suas reações não sejam bruscas
Como aparentemente pensamos.
Avisam quando vão surgir.
Mandam sinais em forma de fumaça.)
Assim é meu coração palpitante.
No momento vou jorrar lavas
De um sentimento maior.
Quero escoar livremente
Como um leito sereno e fértil.
Penetrar o solo poroso
Que há de receber-me,
Inundado pelo frescor
Da essência que carrego comigo.
Neste meu caminho
Haverei de transportar paus e pedras,
Encontrados à frente como obstáculos.
Importa-me o fim
Onde haverei de chegar.
Também serei cinzas
Onde preciso for.
Estou a caminho do seu coração.
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