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| Poesias-->versos-reversos -- 03/06/2001 - 23:45 (maria da graça ferraz) |
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Desculpe
meus versos tortos
aleijados
mutilados
veteranos
soberanos
das lutas da vida
Desculpe
meus versos mancos
que tanto ris e desprezas
Eles trazem a furiosa beleza
dos relâmpagos
dos tufões
dos remoinhos
das erosões
das ondas
das pulsações
Estes versos
que abominas
vão além da lógica
das formas
pitagóricas
da matemática
euclidiana
É essa a glória
desses versos
reversos
Toda força
desses versos coxos
traduzem a beleza
da nota dissonante
da melodia perfeita
Possuem a medida
com que um dia
o Grande arquiteto
com régua e compasso
traçou as linhas dos
litorais e a dos recifes
de corais
São feios!
insistes
Devo concordar
Estes versos fracos
não possuem
beleza humana...
Estes versos
não podem ser
retidos ou
entendidos
Falo de uma beleza
atormentada
Falo de uma beleza
desesperada
Falo da Harmonia
da ruptura
Absurda
Abrupta
A beleza da Criação
Da explosão do uno
em vários pedaços
A dor da separação
O milagre da
multiplicação...
Um foi o Verbo...
mas vários são os versos
E vários são os caminhos
nessa peregrinação
Desculpe os versos feios
mas eles também são
filhos de Deus
Convidados de honra
na Consagração da vida
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