|     “Benedicite” Bendito o que na terra o fogo fez, e o tetoE o que uniu à charrua o boi paciente e amigo;
 E o que encontrou a enxada; e o que do chão abjeto,
 Fez aos beijos do sol, o oiro brotar, do trigo;
 E o que o ferro forjou; e o piedoso arquitetoQue ideou, depois do berço e do lar, o jazigo;
 E o que os fios urdiu e o que achou o alfabeto;
 E o que deu uma esmola ao primeiro mendigo;
 E o que soltou ao mar a quilha, e ao vento o pano,E o que inventou o canto e o que criou a lira,
 E o que domou o raio e o que alçou o aeroplano…
 Mas bendito entre os mais o que no dó profundo,Descobriu a Esperança, a divina mentira,
 Dando ao homem o dom de suportar o mundo!
 |