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| Poesias-->solitária noite -- 03/06/2001 - 00:51 (maria da graça ferraz) |
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A noite está tão fria
Lá fora a vida espreguiça
e boceja após a luta do dia
O sol fez seu vitorioso sumiço
deixando o cheiro de carniça
da lua mordida - minguante
a curar suas feridas,
sua palidez enxangue,
na esperança do sonho
renovador e triunfante...
A arena do céu se esvazia
lentamente...
Não há mortos e nem feridos
na contenda da vida
que dorme e desperta
em ciclos eternos
de universos sem fim...
Poeta e espantalha,
a afugentar o corvo insone,
a noite solitária une versos
como ataduras dentro de mim!
Sou múmia desperta
estranha hibernação-
limiar entre o sonho e a razão...
É esta minha maldição
alucinar os sentidos
com o absinto da inspiração.
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