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| Poesias-->pretendida -- 03/06/2001 - 00:42 (maria da graça ferraz) |
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Sou a deusa irrevelada
A esfinge. A babel. O enigma
que traz nas formas o estigma
de ser irreal- Imanifestada...
Minha matéria é modelada
pelos teus desejos mais profundos
e teus segredos mais guardados
Sou esta mulher escondida...
Um eterno vir a ser...
Criatura parida do teu medo de
te entregar e de te envolver...
Sou a sombra de morcegos
na caverna sem claridade
A promessa de liberdade
e teu temor à sujeição...
O pecado consumado e
tua única chance de absolvição...
Sou a virgem negra. Tua imagem
sobre a pedra. Tua única razão!
Sim...sou o feminino incontesto
a existir sob grilhões de dor
amordaçada a voz de protesto
no Teu coração ávido de amor!
Sou este ser que procuras faminto ...
Tua contra-parte quase extinta
Tua gêmea não nascida
Teu labirinto...Tua pretendida...
Teu único rival que apesar
de rendido ,não podes vencer...
Pois o único sentido do teu viver
é ver o sol se misturar à lua
nas manhãs e no entardecer
e aprender em frenesi que
para a eternidade,
a única realidade
é tu nasceres de mim
e eu morrer em ti
porque somos a desigualdade
do UNO. Duas partes
sem prumo...
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