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Poesias-->estrela -- 31/05/2001 - 00:14 (maria da graça ferraz) |
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exExausta e muda
Coloquei a cabeça por entre
as cortinas de veludo
O palco estava vazio
A platéia também
Não havia ninguém!
Respirei aliviada
Estava cansada
da claque contratada
da torcida desorganizada
dos palanques
da gambiarra
da turma do gargarejo
do fã número um
do bravo. bis. beijos
Este circo arranjado
mundo hipnótico
acabou por me irritar
me deixar neurótica
Quando criança percebi
que na vida havia duas
opções: Ou ser uma
expectadora ou aceitar
sem dor um papel canastrão
Como escolher entre ser
inútil ou ser fútil?
Nunca fui uma boa atriz
Não tenho curso de arte
dramática
Não uso minha voz
Sou uma péssima aprendiz
Faltava aos ensaios
Não decorava texto
Trago péssimas notas
no meu bolhetim
Sou uma artista do
improviso
figurinista de um só
manequim
que é este meu corpo-
meu camarim
" Para acabar com as
mentiras, renunciaria
aos sonhos?"
O transe. A Meditação.
O impasse.
Rasguei o script
diante da família, dos
parentes, dos afins, de
gente que nunca teve
apreço por mim.
Acabaram-se enfim
todos os personagens
restou a alma
Morreu a atriz
Nasceu a estrela
Acabei com a farsa
começou a história
De um único ato
De um único feito
De um único dito
E esta é minha glória
Ser malquista
mas ser bendita!
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