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Poesias-->à janela -- 30/05/2001 - 23:30 (maria da graça ferraz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Aparição rápida...fugaz



Como um colapso...um flash



Tentei, em vão, tocá-lo



Mas assim como veio



intenso e contundente



Fez-se fumaça súbita



Era um rosto de beleza dúbia



expressão ambivalente



Andrógino. Paradoxal



De uma irrealidade matemática



E olhava-me com tanto amor



como nunca fui olhada igual



Não sei se este rosto



era velho ou criança



feio ou bonito



alegre ou triste



É como se não houvesse



a sensação do rosto



mas somente sentimento



É como se não houvesse imagem



ou forma ou número ou cor



Era como se nunca houvesse



olhado aquele rosto



E como se este rosto nunca



tivesse olhado meu rosto também



Era como se alguém



além de nós



nos olhasse e nos escrevesse



Pois eu vi um rosto à janela



Olhei para o rosto cujo rosto



olhava para mim



Um rosto olhava para



meu rosto que olhava...



Meu Deus!



Como não vi!



Cega...



Só agora descobri



Que foi a primeira vez que



meu rosto olhou para mim















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