“O Brasil jamais será uma ditadura!” – Júlio Prestes, discurso em Washington, 1930.
“De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.” – Rui Barbosa
“Deus deve amar os homens medíocres. Fez vários deles.” – Abraham Lincoln.
I – República Velha
1
Se o Monte Roraima fosse o Monte Rushmore
E o rosto esculpido de nossos presidentes
Um artista resolvesse para que se adore
Os feitos e famas dos maiores dirigentes
2
Vamos dar asas à nossa imaginação
E recuperando o cinzel de Gut Borglum
Vamos dando forma humana à visão
E os rostos em pedra se desfilam um a um...
3
No monumento lá de Dakota do Sul,
Se vê a face de quatro figuras históricas,
Para o Monte Roraima busquemos a luz
E eleger as nossas quatro mais alegóricas!
4
Primeiro presidente, Marechal Deodoro:
O desastre da reforma do encilhamento
Floriano Peixoto, de ferro o Comodoro,
Habeas Corpus? Bombas sobre o Rio e regimento!
5
Foi, quiçá, imprudente Prudente de Morais,
Com canhões destruiu o povoado de Canudos,
Campos Sales dos Selos, recessão demais...
Rodrigues Alves: “Bota-abaixo, acaba tudo!”
6
Afonso Pena: “Quem faz Política Sou Eu!”
Governar é Povoar e Comprar café!
Nilo Peçanha com a oligarquia venceu
E se corta a Machado de Hermes com fé!
7
Hermes da Fonseca atacou à chibata,
Funding Loan e a própria Faixa Presidencial!
Venceslau Brás e os três G: a greve é errata?
Morte de Martinez, a espanhola e a Mundial!
8
Delfim Moreira: greve é caso de polícia!
Esclerose que afugenta a pouca razão...
E Artur Bernardes e as cartas falsas, notícias
Do 18 do Forte, a morte ou a rendição!
9
Já Washington Luís diante da crise da bolsa...
Governar é abrir estradas! Tiros da amada!
E assim termina a República Velha. Ouça!
Os tambores vêm ruflando em marcha cansada!
II. Era Vargas
1.
Que Júlio Prestes diga ditadura não!
Quem são Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo?
Sindicatos seguem ao chefe da nação!
Vargas comanda com remédios mui amargos...
2.
A Constituinte abonou a ousada CLT!
Prendam já todos, é o fim do plano Cohen!
Contra a Intentona Comunista, venha ver!
E o voto secreto, quem verá se convêm?
3.
E hora de se instaurar o Estado Novo!
Nada de novo, porém, velha ditadura!
Em Monte Castelo pracinhas vindos do povo!
O Pai dos Pobres usa de pobres à usura!
4.
Se o ditador foi, mas logo ele voltará!
Porém virá sentado sobre um mar de lama!
“Lacerda levou um tiro no pé! Quem será?
Eu levei dois tiros nas costas!” Fim do drama!?
III. República Nova
1.
Foi eleito presidente Eurico Gaspar Dutra,
Ilegais comunistas! E acabe-se o jogo!
Volta Getúlio: Mas se vencer a disputa!
Governarei sem ódios! Tiro demagogo!
2.
Na terra do Café, um presidente homônimo...
É preciso crescer cinquenta anos em cinco!
Nasceu Brasília no Cerrado, ponto antônimo
Do Litoral...Desafia o FMI com afinco!
3.
Denúncias se espalham aqui e ali em corrupção...
Mas como é elegante um vôo pela Pan Air!
Aumenta o processo de industrialização
Do Brasil... E ao comunismo surge um affair!
4.
Assim foi a herança deixada de Juscelino!
E seria ou não verdade o caso do Ciamar?
Onde está Leonel? Num processo sibilino
Surge a curva JK que finda o sonhar!
5.
Jânio Quadros escreve aqui e ali bilhetinhos,
Proíbe-se maiô e biquíni em concurso de miss...
Proíbe-se a rinha de galo, os carteadinhos!
Uma medalha para Guevara! “Foi o que fiz!”
6.
Firma a renúncia, assume Jango e o Parlamento!
-“É ou não é um comunista?” = “E as reformas de base?”