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| Poesias-->vagalume -- 23/05/2001 - 00:04 (maria da graça ferraz) |
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A noite abriu
seu olho...
Esclerótica
branca
emoldurada
em brilhantes
sancas prateadas...
Os longos cílios-
estrelas cadentes-
pestanejam
nervosos à distância...
A íris alva
mira a terra e chora!
Pranto pisca-pisca
inunda o ar -
filho do corisco-
a ofuscar a vista...
Nuvens de vagalumes
caem do olho : a lua -
e clareiam
a paisagem escura...
São lágrimas
pela terra pródiga
Lágrimas pelo
planeta sem luz própria
E o ventinho,
galante ,de mansinho,
carrega folhas do chão
como lencinho
de casemira
bordado à mão...
E a noite ,viúva,
seu olho enxuga
e, como gratidão,
oferece seu beijo
triste : o Luar
cheio de desejos
dúbios - amar
e chorar...cair
na terra e se
quebrar...
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