 NO DESERTO ÁRIDO,
APEAVA DO ALAZÃO, SEM DESTINO.
AO LONGE AVISTEI A FIGURA,
QUE COMO MIRAGEM ENCANTAVA,
À PONTO DE LEVAR MEUS PÉS EM SUA DIREÇÃO.
ERA DESERTO, NADA MAIS QUE DESERTO,
ERA MIRAGEM, NADA MAIS.
A ESPERANÇA DE UMA NOVA APARIÇÃO
ME LEVAVA IR À DIANTE,
CONFIANTE, ENTRETANTO, PESADAMENTE,
COMO SE CADA PASSO FOSSE LÉGUA.
O CORPO CHEGAVA
O PENSAMENTO CHEGAVA
O CORAÇÃO DESCOMPASSADO,
DUVIDOSO, PORQUE COMO DIZ O POETA,
ANTES DE TUDO É SABER
SE NESSE ALGUM LUGAR ALGUÉM ZELARIA POR MIM.
E NESSE MOMENTO,
EXATAMENTE NESSE MOMENTO,
AS DÚVIDAS COMO AVALANCHE
DESPEJARAM-SE SOBRE MINHA CABEÇA E MEU CORAÇÃO.
BUSCAVA MAIS QUE UMA MIRAGEM,
BUSCAVA UM PEDAÇO DE PARAÍSO NA TERRA.
BUSCAVA O PRAZER E O GOZO
DEIXADOS NUM MOMENTO LÁ ATRÁS.
DE FATO, NÃO HAVIA CERTEZA
E DIANTE DAS DÚVIDAS
O BRAÇO QUE SE DOBRAVA PARA BATER À PORTA
FRAQUEJARAM, PERDERAM O ÂNIMO E A FORÇA.
COMO UM SOLDADO SEM FIBRA, COVARDE
BATIA EM RETIRADA,
ENQUANTO O PEITO SUCUMBIA
MOVIDO POR UMA DOR LANCINANTE.
A DOR DA COVARDIA,
QUE AINDA ERA MELHOR QUE A DOR DA DECEPÇÃO.
DE VOLTA AO DESERTO ÁRIDO
TOMEI POSSE DO ALAZÃO,
BATI EM RETIRADA,
ENQUANTO CHORAVA MEU CORAÇÃO.
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