"Chuva de minha Quimera"
Chuva que vem do céu,
Chuva que corre ao léu,
Escorregando nas encostas e barrancos,
Chuva que cai aos prantos,
Chuva dos meus encantos.
Chuva que enche córregos, açudes e rios,
Várzeas, barragens, chapadas e grotões,
Chuva que transborda de esperança,
Chuva que adorna o sertão.
Chuva que molha a terra desnuda,
Que inspira o manto verde da vegetação,
Que traz a alegria ao peito,
Por quem bate intenso o coração,
Chuva que me lava a alma,
Chuva bênção que me acalma.
Chuva desejo de minha imaginação,
Minha eterna quimera,
Chuva fértil... o doce cio da terra.
(Carvalho Neto)
Fiz este poema quando recentemente vi a terra queimada pelo sol cáustico e abrasivo que dizimava inclemente o resto da rala vegetação, típica da caatinga, na cidade de Pio IX. Como recebi com o coração em festa a notícia que, após muito tempo, voltou a chover naquela cidade querida, resolvi postá-lo.
Dedico-o ao meu sogro, o "seu Alcir", um sertanejo corajoso, teimoso e resiliente que nunca desistiu de ver a semente brotar, mesmo nos tempos de estiagem mais intensa.
Ps: a imagem que emoldura o texto foi retirada no Site "Chuvas Caindo", disponibilizada no Google.
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