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Poesias-->Do Outro Lado do Sol -- 22/03/2000 - 11:00 (José Ernesto Kappel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Em 1950,

Mudava-se de roupa,

Ao suave Moon dreams

Ou o audacioso Boplicity.;

Era do jaz, dos timbres

Agudos e uníssonos.



Em 1950,

Não havia barreiras de tempo

Nem suaves vontade de

conquistar o convulso mundo.



Se havia liberdade interior

havia também a ave cantante.



Sagas de um tempo

Onde Gil Evans e Mille Davis

Estabeleciam princípios

nunca respeitados.



Não havia limites

Haviam derivas e repassos.



O sol fresco no rosto,

A brisa levantando sonhos

E arrematando poeiras

que um dia ia nos levar.



O que nos interessava

Se há vida lá fora?

Se aqui dentro - no junco

do coração -

Polvilhavam-se de canções

E mãos dadas.



O que nos importava -

E era sério –

se jordanianos agrestes

anexavam parte da Palestina?



Se Urss e Eua rolavam

os céus como alados

a procura de novos

temas de guerra.



E a guerra mal havia acabado

e lá estavam eles

Sobejos –

Bolinando com a Coréia.;

Dwight passageiro,

E seu antecessor

O carismático Truman,

Digladiavam-se em

aventuras de novas

guerras?



Lá prá Manchúria....

E se Panmujon resistisse?

Ora..ora.,um beijo nos

assinalava !



Do outro lado do sol

Arremetia-se o íngreme Vietnã

como uma bola de neve

de sangue. Cáustico !



A China perdulária: o Tibete nunca mais.

Mas, e de Tibete, só conheçíamos o

Tal alvorecer

Com inimagináveis montanhas de sol.



Começava o Macarthismo

Enquanto a se iniciar devia a

Enamorar

Pelas mais

Belas flores

Que moravam nos nossos 17 anos.



O irlandês Bernard Shaw morria,

Mão-Tesé-Tung proclamava

sua independência,

enquanto nos proclamávamos

A descoberta do amor

-Até então desdém e incomprensível.



Mas ele surgiu ao amanhecer

Prá nunca mais dar voltas.



Charlie Brow nascia com

esse amor e sua ternura.

Kurosawa arrebatava seu gênio

E Ionesco trazia o teatro do absurdo.



Tão absurdo como inventar

Naquela época o cartão de

crédito – que hoje corriqueiro,

pruma em qualquer aventura!



A população desmiolada era de

51,7 milhões, enquanto nascia Pato

Donald. – Um louco dos sonhos !



Tão absurdo como o bluesman americano

Muddy Waters lançar a música

Rollin stone, que

Iria balizar as bandas de Jagger.



Tão absurdo viver

do outro lado do sol

como não entender

o que se passava.



O mundo rodava louco

e todos nós herdava um pouco

destes insanos!



Assim nasciam os pastores nos

EUA e nós descobríamos a TV:



”Vingou, como tudo vinga,/

No teu chão,Piratininga/ A cruz

Que Anchieta plantou/

Pois dir-se-á/ que ela hoje acena/

Por uma altíssima antena/

Em que o Cruzeiro

Poisou/



Era uma catarse coletiva,

Era o que tinha de acontecer.



A nossa volta três

passos

Do outro lado do sol.



Se o mundo corria.

lá na cidadezinha, sem nome,

ainda descalsos pintávamos

sonhos inacabados

E desconhecíamos o tal futuro

que bate na porta, sem

perguntar sobrenomes.

etc e tal.



E foi assim:

Anos 50, rejubuliante e atroz,

para nós um pedaço de terra

alva, bem cristalina,adocicada,

como um córrego inesquecível

e sonolenta.



Para nós os Anos 50 começa ali

aos pés da donzela mais bela,

nos bailes clareados

De Coca-Cola Rum e Bacardi.



E a musa Audrey perambulava

Sua angústia nos tripés

Dos cinemas.



Um par de sonhos nos rondava

Para arrematar ganhos impossíveis.



Do outro lado do mundo,

onde se enconde a meia-noite do sol,

eu, Manoel, Ela, Da Silva,

enamorávamos atrás da trigueira.



Enquanto lá fora

no pedaço do

outro mundo

os homens procuravam

com artífices e balas à mãos

a vida dentro da morte !.



Rifles prá que te quero!



Estamos bem assim,

na primeira e última aventura

do outro lado do sol.



Mas sabíamos que,

Contra Stálin,

Orwell transformou 1950 em 1999.



E adeus companheiros,

Voltemos de mãos dadas

Ao corrimão da vida,

Às velas acesas,

Ao corpo de cada um,

Porque ainda brilha,

O outro lado do sol.



O ano morreu !



(Se algum dia dia você tiver de perseguir um sonho, persiga Audrey.)





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