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Poesias-->A filoofia sociológica do Carnaval -- 27/02/2017 - 19:07 (João Ferreira) |
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A filosofia sociológica do Carnaval
Jan Muá,
27 de fevereiro de 2017
Acontece nestes dias de tempo brasileiro
o momento próprio
dos desfiles carnavalescos
em razão dos quais são armadas vitrines de magia
concebidas por talentosos carnavalescos
que levam à rua gloriosos espetáculos
sustentados por carros alegóricos e por enredos sofisticados
No palco da representação entram enlatados ao vivo
traços de comédia
que servem de folga para a sofredora humanidade
sob a forma de hilariante espetáculo
Nas praças de Olinda e do Recife,
frevo e maracatu
nas ruas de S. Paulo
em Salvador
e no sambódromo do Sapucaí no Rio
as baterias ditam o ritmo
as dançarinas emergem soberanas nos carros alegóricos
e no solo do sambódromo além dos destaques das porta-bandeiras
outras habilidosas cabrochas ou não
mostram a agilidade rítmica de deusas
que sabem emprestar ao corpo o cupido
o fogo a destreza e a graciosidade
que lhe dão especificidade
É na temperatura da batida do calor carnavalesco
que a alma de momo toma conta
tudo absorve e organiza
fazendo explodir o talento divertido e brincalhão do brasileiro
que se entrega se absorve esquece
e brinca com alegria na sedução que toma conta dele
aderindo a uma filosofia de vida que é imediata
E tem seu campo de verdade
mesmo que passageira e fortuita
Ao outro dia acordará
frente à colorida movimentação da vida
já novamente voltado para a sobrevivência
O carnaval passará a ser uma bela lembrança
de um descanso e de uma catarse
Agora será necessário outro tipo de magia
outro tipo de paixão, outro tipo de ilusão
para encarar as realidades nuas e cruas
do quotidiano adormecido
As horas divertidas
que se esvaem na volta ao ritmo do dia-a-dia
serão substituídas por outras horas
e estas regidas por outras baterias
e comandadas por outras alegorias
que deverão condizer com a consciência e a responsabilidade
de cada um no contexto da comédia humana
que deverá ser representada ao vivo pacientemente
e com a mais alta dignidade
para além de Sapucaí.
Jan Muá
27 de fevereiro de 2017
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