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| Poesias-->a porta -- 22/05/2001 - 01:37 (maria da graça ferraz) |
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A porta casou com o porto
e tiveram eu como filha...
Sou trilha em passagem...
Estou no vai-vém...
Do pai - o cais - chego
Da mãe -o farol- parto
Mas não me importo
Mas também não me exporto
Vivo no cangote dos ventos
como um pacote escrito frágil-
em negrito, em itálico,
cor dourado,escrita grácil
Às vezes não sei se estou
ou já fui embora...
Bate-se no peito a aldrava
e eu que me achava,
estava lá fora - desesperada!
É assim que se nasce
pela segunda vez...
Nesta completa insensatez
o vento norte - fino corte-
me parte ...Aporto e Deporto.
E de repente, acordo..
E me dou corda..
Viver é fingir que
não se está parte morta...
Viver é partir de si porta
afora...
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