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Poesias-->Vento Corso -- 21/03/2000 - 15:56 (José Ernesto Kappel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Bate a perna,bate o braço.

Bate a porta.Arreda,mas não abre.

Esperneia, mas não chora.

O vento esgueira e depois cansa.



Por ser homem, procura a porta e dança.

O vôo é curto e não é de prata.

A caçada é brava e lá voam pedaços de sonhos.



Não morre de costas, não morre de frente.

Mas apanha sem dó.

Tão mansa é a cor, tão densa é a bruma.

São os nogueirais que dançam ao vento!



Corre sangue, mas não arreda - costura.

Quem corre é boi de cordão.

O grito é no escuro, a paulada, na cabeça.

Segura a bandeira, trança no corpo,

mas não deixa a pátria fugir!



Se a pátria morreu

faça-a ressurgir dentro do

verbete.Páprica, arroz doce,

grito na paturilha !

Mas não deixa morrer.



Desfaz este nó,

grilhão de mel,

tal tempero em pó, feito com pimentão

vermelho, como o bravo sangue.



Pela porta do tempo, corre solto,

com vara curta e botas e bonés.

E lá,só sem primeira comunhão.

Tudo à soleira da porta,

pedindo pra entrar.



São rascunhos de memória curta.

Ela, na cadeira de cedro,

cheirando a jasmim e eu sem manhã para entrar.

Que récita sem dó!



São barganhas de bonecas

que já lá nasceram estrelas sem falas.

Mas eu derrubo a fada e mato meu sonho.



Guerreiro de pano!

Reis que não aguardam a brisa.



"Reis comem rainhas no vasto jogo de tabuleiro do xadrez fogoso.; enquanto lá pelas tantas o calmo príncipe faina a princesa na bela cama. E quase morrem em dueto formoso. É um pega-pega de coiotes, de pólvora seca, e estátuas curiosas.E disse o rei:É a boa linhaça da juventude que me falta!

Mas não abre mais esta porta.E deita comigo e faz deste pranto um castiçal de amor."





Aquela pêssega me levou cem anos de minha vida,

rodopiando bandeiras e roçando na sombra.



Me levou minha idade,

um cordão de ouro,

um facho de luz,

três bonecas de palha, uma caixa de música.

Uma espada de prata e uma matilha de cães.



Chuma saudade,chuma até doer.



Até meus vintens de prata levou.

Até calças rasgadas!

E só deixou pó

para alçar saudade.





Levou minha dona embora.

Tal homem levou!

Bom guerreiro, dono da morte,

pluma e esvoaça, corta a maçã

como uma afiada faca lantejoula.



Deixou,por vontade, uma foto

- ele de certo, ela de pajém,

eu vestido de pó e um

reino todo em guerra.



Quando chega a hora chinesa, de manhã,

É a hora da meia-noite, hora de troca dos dias.



O que ficou lá para trás segue para frente.



Quem morreu ontem por lá, vai renascer hoje por aqui.

Diz a lenda nebulosa.



É a hora chinesa!



Quando ela chega, do outro lado do mundo,

que fica do lado de cá, ou no meio, ou no ontem,

todos vão ao grande lago iuminado por tochas

e adornado por flores.



E jogam lembranças e adeus para aqueles que não foram e não partiram, pois todos vivem a hora chinesa.



Meio aqui, meio lá.

E um grande barco passa ao largo levando os que chegaram

e esperando os que vão partir.



Não me peça as horas

dentro do tempo.



Agora é do outro lado de lá

quando

surge a manhã marcando sete

Agora é do outro lado de cá,

quando

morre aqui o dia

marcando sete e um.
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