"Reis comem rainhas no vasto jogo de tabuleiro do xadrez fogoso.; enquanto lá pelas tantas o calmo príncipe faina a princesa na bela cama. E quase morrem em dueto formoso. É um pega-pega de coiotes, de pólvora seca, e estátuas curiosas.E disse o rei:É a boa linhaça da juventude que me falta!
Mas não abre mais esta porta.E deita comigo e faz deste pranto um castiçal de amor."
Aquela pêssega me levou cem anos de minha vida,
rodopiando bandeiras e roçando na sombra.
Me levou minha idade,
um cordão de ouro,
um facho de luz,
três bonecas de palha, uma caixa de música.
Uma espada de prata e uma matilha de cães.
Chuma saudade,chuma até doer.
Até meus vintens de prata levou.
Até calças rasgadas!
E só deixou pó
para alçar saudade.
Levou minha dona embora.
Tal homem levou!
Bom guerreiro, dono da morte,
pluma e esvoaça, corta a maçã
como uma afiada faca lantejoula.
Deixou,por vontade, uma foto
- ele de certo, ela de pajém,
eu vestido de pó e um
reino todo em guerra.
Quando chega a hora chinesa, de manhã,
É a hora da meia-noite, hora de troca dos dias.
O que ficou lá para trás segue para frente.
Quem morreu ontem por lá, vai renascer hoje por aqui.
Diz a lenda nebulosa.
É a hora chinesa!
Quando ela chega, do outro lado do mundo,
que fica do lado de cá, ou no meio, ou no ontem,
todos vão ao grande lago iuminado por tochas
e adornado por flores.
E jogam lembranças e adeus para aqueles que não foram e não partiram, pois todos vivem a hora chinesa.
Meio aqui, meio lá.
E um grande barco passa ao largo levando os que chegaram