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Poesias-->Santos das Pingas -- 21/03/2000 - 14:02 (José Ernesto Kappel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Se eu não



aparecer hoje



é porque não desisti.







Apenas deu medo de gente.







Não sei porque,



não sou chegado



a anjos e arcanjos,



cruzes de malta,



sacerdotes de mantas



apretadas –colarinho



suado e amarelado.







Não,não sou!







Há mistérios assim,assim



Que, devagar, vão comendo



A gente.







Prefiro ficar lá no meu canto



onde dormem os de vida



e sonolentam os que foram.







E depois me digam se não tenho



razão:



calço seis pares



de meia por semana



e uso um par de



sapatos,



e sou obrigado a alisar



vinte pares pretos por



dia.



Segurá-los,amaciá-los



Para o conforto da caixa.







Pego o trem das 3h



pra chegar às seis.







Ai, santíssimo, estou



é morto.







Se alguém tiver outra idéia



que a diga.







Como sanduiche de



mortadela



e trago uma



pinga



de norueguês.







E vai trabalhar assim:



carregando corpos



o dia inteiro:



como um faxineiro



da humanidade.







Vá trabalhar,dizem eles!







Pô! Cansado estou, de pó e ferrugem



de tanto limpar os



corpos e



acalentar, de longe,



as pobres viúvas



e os resplandecentes viúvos,



que só fingem chorar, e partem



agora, pra achar o tempo perdido!







Baixo a cabeça na hora solene



fingir comovido.;



jogar terra por cima



e dizer pro irmão:



já vai tarde!







Depois eu vou de bonde.







Trabalhar assim nunca



mais.Jogo



terra e engulo a pinga



é terra e pinga.







Bem, a pedido da irmandade



dos desesperados,



vou largar tal trabalho



de empurrar corpo pra terra.



Ela, sabida, que os engula.







Sai dessa Antônio,



vira tua pinga,



mas não vira mais corpos.







Procura Maria, de corpo



limpo,cheirando a Phebo,



de calça rosa e bem vivida.







Ela só me diz:



larga essa Antônio,



Larga a norueguesa,



Pois um dia quem vai



E você.







De enxada na mão, pá



na outra, e gritando



“socorro...socorro”,



bebo pinga, mas estou



aqui... é bem vivo !



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