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Poesias-->Benza! Afinal Que Medo! -- 21/03/2000 - 13:58 (José Ernesto Kappel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Zero Hora antes de 24 Horas



O orvalho surgiu dentro da névoa.



O sol nasceu forte.



Um homem comprou pão.



O bom político recebeu



a propina do dia.



Outro tomou pinga de limão!







As bordas das montanhas se azularam.



O céu se envergou de luzes.



Um menino bolinou o outro.



A moça de saia, desfilou seu sexo.







De um pobre surgiu outro!



Que milagre, seu Zé!







O sacerdote deu bênçãos



e chamou os pecadores



de pecadores.



Por falta de imaginação



Ou vulgar capacidade.







Aza!Deus!



Que aventura.







No bar da esquina, bebiam por inteiro:







Salve, salve, seu Zé,



bom-dia e se achegue.



Dê tempo prô um gole...







Um minuto antes do tempo zero.



Um dia foi por inteiro.



Suado e agradecido.







Adeus às rezas, regras, benzedeiras.



E bandeiras, quem as tiver!







Adeus aos corrimões e tostões.







Fui empenhado vivo



e daqui sigo direto



prá velha matriz.







- Benza Deus !



Capela dos Mortos!







Sirvam o abacate que já vai,



já já,



um monte



de ferro-velho



posto e disposto



conforme as normas vigentes.







E dito os conformes, cada um



passa o copo pra cá e a



garrafa também.







Viva você,



Mas de ferro, não sou !







Nessa altura - de medo -



pago um gole pra todos!







Mas jogue a pinga pra cá,pois de seguro -



Dizem os entendidos -



Morreu o velho.







Benza Deus!



Que medo dos diabos



Deste novo dia



De proa virada !





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