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Poesias-->Duas leituras -- 16/02/2014 - 08:27 (José Luiz de Carvalho) |
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Quase todos os dias, eles se encontravam.
Ela de qualquer forma e ele sempre querendo que fosse diferente.
O que era possível mudar ele logo o fazia
e ela, a altura reagia.
Triste ou feliz, qualquer que fora sua condição, ela o acompanhava.
Fidelidade sempre fora sua tônica.
Ela nunca faltou aos encontros.
Ele nem tão disciplinado assim.
Uma hora, ele se queixava do cansaço,
em outras, vangloriava-se das vitórias.
Ela o alertava das atitudes a tomar.
Sobrecarregado, ele nem sequer a agradecia.
Procurar um novo emprego, cortar o cabelo, fazer um regime.
Em tudo; lá estava o dedo dela na ferida.
Tanto irritavam seus palpites quanto sua passividade.
Se ele não fizesse, ela não fazia.
Os encontros não tinham hora nem lugar.
Ela sempre aparecia; em pé, deitada, nítida ou embaçada.
Olho no olho eram seus momentos mais difíceis.
Pelo passar do tempo, a preocupação crescia.
Ele, para não desesperar, fazia que não via.
Seria possível amá-la?
Odiá-la, definitivamente, era fácil.
Declarar-lhe amor, entretanto,
poderia ser sinal de loucura
e, platônico,
sempre seria.
Entregar-se a ela
não poderia.
Então, ele decidiu não mais olhar-se no espelho
e, assim, sua imagem nunca mais veria.
Feliz ou infeliz, não importa como,
mas o que tiver que ser,
sozinho seria.
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