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Poesias-->PEGA O LADRÃO -- 26/12/2013 - 22:20 (maria da graça ferraz) |
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E que Deus me proteja!
Supermercado lotado
Atacado e à varejo
Uma-destas-feiras
Sol derrubado
Eu - entre prateleiras
De repente, chegaram
os versos
Eu os ouvi!
Olhei para quem estava mais perto
Mas ninguém parecia tê-los ouvido
Permaneciam impassíveis
conferindo o preço da comida
ou ralhando com algum filho
Parei o que fazia por um instante
Ouvi novamente
Os versos
Olhei para os lados
Ninguém me observava
Sorri acabrunhada
Calma..Não chamem o psiquiatra
Ouvi aqui dentro
Aqui. Bem aqui.
Ouvi.
Vontade danada de fugir
Mas de quem eram
estes versos?
Por que de mim se esconde
quem os escreve?
Eles existiriam em algum livro
do não sei-onde?
E os versos foram chegando
Mãos dadas
Ritmados
Em valsa
Crianças lavadas
" Ei, não esqueça
de comprar o leite e as fraldas"
Alguém comentou
sobre o preço elevado
do saco de batatas
Não disse nada.
Outro alguém
me perguntou onde achava
inseticidas contra baratas
Dei de ombros
Boca calada.
Sorriso pregado.
E o carrinho de compras pesado
Afinal, alguém neste supermercado
sabe o quanto custava
empurrar estes pesos com meus calos-
todos estes humanos pecados?
E minhas mãos escolhiam frutas
Formas...Redondas...Espiculadas...
Graviola...Laranjas...Bocaiúva
Formas! Formas!
Sapoti. Figo. Abacaxi.Uva.
Cachos de uvas.
Ácinos.
Eu sai do supermercado
Carrinho abarrotado
para variado cardápio
Passos lépidos
e Cara de larápia
" PEGA O LADRÃO"
Não! Não havia pago pelos versos!
Será que seriam oferta
nestes perversos tempos
de desafeto e de solidão?
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