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Poesias-->pol social 73 -- 26/12/2013 - 21:27 (maria da graça ferraz) |
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Tudo começou antes das chuvas
há muito tempo atrás !
Tempos perdidos. Tempos imemoriais
que ninguém se lembra mais
Pois era uma vez um vale
que amava uma montanha
E era uma vez uma montanha
que amava um vale
Mas existiam tão distantes
um do outro,
que desesperada, a amante
chorava, e suas lágrimas
eram levadas pelo riacho,
encosta abaixo,
como potes de oiro,
até seu noivo
E o vale como resposta,
ao receber o filete de água
que escorria da encosta,
florescia seus campos,
avermelhava as flores da relva,
para que a amada , lá de cima,
pudesse ver seu amor por ela
Até que um dia,
os céus compadecidos,
como desajeitados cupidos,
cansados do amor impossível,
choraram tanto, tanto,
que fizeram desabar a montanha
até que ela se ajoelhasse junto ao vale-
ferida, cansada, como uma vênus
de pedra caída de sua peanha
E o vale e a montanha, então, se misturaram
abaixo das águas no ato final,
trocando sementes, adubos, bulbos e minerais
Dizem que quando tudo secar,
o vale despertará verdejante
elevando a cabeça do travesseiro,
e a montanha resplandecerá
como um ventre cheio
Mas isto virá depois das chuvas
como lembrança de um tempo
perdido e imemorial
que ficou para trás
e ninguém se lembra mais
O que vém entre estes dois tempos
está nos jornais
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