LEGENDAS |
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Poesias-->pol social 72 -- 26/12/2013 - 21:26 (maria da graça ferraz) |
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Ah, Tempos ingratos!
Tempo dos ratos e das baratas
Tempo dos desatinos. Tempo infeliz.
E assim caminham os escravos
E se violam meninos
E coroam um novo Luís
Está lá, vejam, o princípe
Usa gravata vermelha
Possui orelhas e olhos de lince
Veste casimira branca francesa
e uma negra capa, o paletó,
como o Zé Pelintra
dos terreiros e do Catimbó
Está lá, a Majestade
Este grande vagabundo, malandro fino
Herdeiro de João Grilo e de Malazarte
Encarnação viva do Macunaíma
dado aos chistes e às mentiras
Ele, a grande Alteza real
com seu manto de flor de Lis
E é tanta loucura
e asnice que ele diz!
E é tão ousado e cínico e cruel
que faria corar de vergonha
César, Ricardo e Maquiavel
É tanto ultraje!
Que mataram Dante
e ressuscitaram Bocage
Pois sigam adiante
e coroem o rei deste país ordinário
de retardados mentais
e de cães sem dono
Dêem-lhe um trono :
o vaso sanitário
e como cetro,
um desintupidor de esgoto
para que ele ouça como aplausos
os flatos do seu povo
E chamem a corte, os súditos ,
ratos ,baratas e intelectuais
para que se arrastem todos
na lama pútrida
desta miséria moral
junto aos coliformes fecais
na eterna diarréia nacional
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