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| Poesias-->pol social 67 -- 26/12/2013 - 21:23 (maria da graça ferraz) |
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Puseram-lhe o chapéu apertado
E depois, as orelhas compridas
Por últmo, posto de quatro,
pregaram-lhe o rabo torcido
que lhe confundia os passos
e o fazia voltar-se para o caminho errado
Retiram-lhe o pouco que tinha !
Perverteram tudo que mais prezava !
Rasgaram sua bandeira
Cuspiram em seus deuses
Venderam sua arte
Incendiaram sua biblioteca
Modificaram sua música,
sua comida e seus ritos
Prostituíram sua filhas
Mataram seus filhos
Destruíram o que ele era,
o que ele fora, o que ele seria
talvez um dia
Reduziram-no à três átomos :
Nitrogenio. Oxigenio e Carbono
E no fim, colocaram a etiqueta
em sua mão direita :
"Novo homem do planeta"
Os engenheiros , então, sorriram
e se foram com suas provetas
Mas...
No silêncio, à noite,
lágrimas escapam
dos olhos dele
e algo acelera
dentro de seu peito
Ele ainda se detém
diante do nascer do sol
e do mar profundo
Mesmo perdido,
tonto, enlouquecido,
às vezes, ele se ... lembra !
Uma lembrança vaga
de algo perdido
que não era apenas dele
Porque tudo que é gravado à fogo
e escrito com cinzas
pertence a todos!
Esta seria sua vingança!
Eles podiam mudar
toda a HISTÓRIA,
mas não podiam mudar
a humana memória
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