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Poesias-->Menino de Rua -- 01/05/2001 - 02:46 (Paulo Bonifácio Ribeiro (Pabro...)) |
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"MENINO DE RUA"
Menino de rua.
Vida seminua de amor desprovida.
Menor abandonado, menino danado,
Em bando, sem lar, por aí a perambular.
Decadência de um ser, condição subumana para sobreviver.
Menino de rua.
A mendigar uma esmola aqui outra acolá,
Uma cheirada no thiner ou na cola,
O roubo de uma bolsa ou sacola,
Um saco de lixo a revirar para se sustentar.
Menino de rua.
Parido na miséria,
Não é considerado coisa séria.
Resíduo de um sistema selvagem.
Escória de uma sociedade sem coragem.
Vítima de uma minoria dominante,
Contrastante com a realidade.
Dos que comem em finos pratos,
Limpam suas bocas com delicados guardanapos,
Mas no fundo fedem mais do que os trapos
Que cobrem o corpo imundo desse menino.
Menino de rua.
Assaltaram-lhe o direito de uma vida condigna,
Fecharam-lhe a porta,
Deixando-lhe somente uma saída:
A violência como forma de sobrevivência.
Criaram um código que não lhe dá suporte.
Assinaram ao mesmo tempo sua sentença de morte.
Pobre criança sem alternativa
Que chance lhe deram para tentar, para tentar...
Por isso resta-lhe atentar, atentar...
Menino de rua.
Criatura que assusta ao passar.
Pequeno monstro das ruas de destino traçado,
Rumo ao crime.
Futuro hóspede de um presídio.
Conta que vamos pagar.
Uma praga condenada ao extermínio.
Menino de rua.
Não fique assim tão triste.
Você pode até se gabar.
Neste cenário montado,
É deveras peça importante,
Ainda elegerá muita gente,
Enquanto a ignorância desta sociedade,
Hipócrita, que vota, vigorar.
Pabro
Set/1991
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