1

É a última a morrer,

Sempre, sempre a acompanhar,

Não nos deve abandonar

Do nascer até morrer.

Por muito que vá sofrer,

O homem, desde criança,

Enquanto a idade avança,

Deve o futuro cuidar,

Para bem se poder dar

Na tempestade ou bonança.

2

Cultivar a amizade

Sem ter qualquer preconceito,

Dever a todos respeito

Seja qual for a idade,

Não lhes faltar à verdade…

Rapazes e raparigas

De outras eras já idas,

Foram por diversas vias,

Nossas fiéis companhias

Nas causas nobres sentidas.

3

Estes nossos companheiros,

De instantes tão bem passados

E mais tarde recordados,

São os nossos mensageiros

E amigos verdadeiros.

A Terra gira e avança,

A vida é agreste ou mansa,

Alegrem-se os sentimentos:

- Mesmo em piores momentos,

Há sempre um brilho d’espr’ança.

4

Quando formos já velhinhos

E quase nada restar,

Só a saudade ficar,

Há a troca de carinhos

No fim dos nossos caminhos.

Esqueçam dores sofridas,

Lembrem pessoas queridas,

Que para nós valem ouro

E serão sempre um tesouro

Nos mundos das nossas vidas.