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Poesias-->Diamante -- 28/10/2012 - 10:12 (Lita Moniz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos






Diamante



Entre pedras me criei.



A sepultura mais funda suportei.



As idades fizeram comigo toda sorte de maldades.





A pressão era tamanha.



Tudo que não era meu derreteu.



Espremido até a menor partícula sair, se ir.





De todas as pedras a mais pura.



De tão pura, a mais dura.



Pensei comigo, até que enfim a paz do jazigo.





A ganância fez na Terra sua morada.



Não sossegou enquanto não me achou.



Eu sabia, eu sabia, não a conhecia, mas sabia que havia.





A serra elétrica rotatória, ia-me raspar até tirar de mim



todo o brilho que eu pudesse dar.



Os raios laser vieram aprimorar o processo de lapidação.





Arrancaram à força toda a luz que havia no meu coração.



Rasparam, cortaram.



Só pararam de raspar quando me tornei uma flor a brilhar.





A ganância ditou a minha sorte.



Sou uma joia trancada num cofre agora.



A pedir aos céus que a minha dona jogue a chave fora.





Lita Moniz






















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