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Poesias-->Dialética da sensibilidade -- 11/01/2012 - 18:13 (João Ferreira) |
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DIALÉTICA DA SENSIBILIDADE
Jan Muá
11 de janeiro de 2012
Há que ter alma
Para sentir os murmúrios
Da corrente de ar
Que toca as folhas de uma árvore
Ávida de vida
Há que ter alma para não se ficar insensível
Ao movimento da água buliçosa
Que desce alegre e cantante
Da encosta da montanha
Há que ter alma para perceber
A cadência musical do mundo
Em seus tons de alegria e de dor
Para perceber a festa dos passarinhos
No despertar da manhã
Ou a desolação de um leito seco de rio
Que já teve vida
Semelhante às vidas crucificadas das pessoas
Que lutam por sobreviver na pobreza extrema
Na doença e na dor
Há que ter alma
Para não se ser indiferente
À existência de uma criança abandonada
Que tem fome
E que nunca conheceu
A brisa de um carinho
Há que ter alma para sentir
A alegria a dor e a graça
De um mundo trágico
Que pode ser ajudado a se resgatar
Há que ter alma
E solidariedade
Para além do egoísmo
Há que ter alma
Sempre
Aqui e agora
Para a construção de um mundo melhor.
Jan Muá
Brasília, 11 de janeiro de 2012
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