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Poesias-->filosofico 456 -- 19/12/2011 - 10:13 (maria da graça ferraz) |
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Hoje, Marininha,
muito cuidado,
o mundo é macho,
cabra da peste, bravo!
Hoje, há ódio
Ódio da mulher!
Por todos os lados, ódio,
tenhas cuidado!
O luar não é mais véu
O luar é preservativo barato
com brilho de plástico
sujo e molhado
O leite desta lua, Marininha,é falso
Leite de madrasta. Leite aguado.
Sintético, purgativo e emético
que torna criança estéril
Assaltaram os céus, Marininha!
Foi um massacre!
Assaltaram os céus!
A deusa foi sequestrada
e algemada, vítima do ultraje
Está vazio o segundo trono
da santa trindade
A serpente venceu a virgem
nesta guerra covarde
Assaltaram os céus!
Arrastaram os arquétipos-
estes meninos hermafroditas-
viraram-lhes de bruços,
violando-os no altar da loucura
Hoje, o reino de Lilite-
" a cadela"- existe triunfante
no masculino inconsciente,
uivando como uma fera escura
Hoje, Marininha,
o feminino está silenciado
com ácido, pedras,
à tapas e bofetes
e cassetetes de borracha
Hoje, ar imóvel e seco,
as anteras das flores
derrubam o pólen
sobre a terra
em puro onanismo
E a vida infecunda,
vadia nas ruas imundas,
acorrentada dentro da burca,
à procura de ternura e de filhos
Marininha, cuida-te!
O feminino sobrevive
com extremo sacrifício!
e
Hoje, o "um" junto ao "um"
não soma o "dois"
e nem gera o "três"
Há o desperdício :
A sodomia
aceita e consentida
Uma morte que todos choram
na unânime viuvez!
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