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Poesias-->med 69 -- 18/12/2011 - 00:37 (maria da graça ferraz) |
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A sala de curativo
com seus ajulezos brancos e frios
que subiam nas paredes
como um solitário tabuleiro
No ar, o cheiro de sangue fresco
que jorrava tentando vencer
de algum forma,
qualquer forma,
o branco inerte
que ocupava todos os espaços
E havia o canto triste
Eu o ouvia
O canto entoado diariamente
Era o coro das feridas abertas,
bocas sem dentes, voz de guelras,
paralisadas, em vários tons estridentes
Eu precisava calá-las!
Adormecê-las!
Reunir as bordas numa única linha
imperceptível
Na mesa, as pinças
reluziam um luar marítimo
sobre as agulhas em forma de anzóis
os fios de pesca e a carretilha
E nas águas vermelhas
de gosto de ferro
mergulhava meus dedos
Navegava na carne
de uma margem a outra
em ziguezague
No final,
sobre a hemoglobina
e a cal,
na ponta da minha pinça
resplandecia
um peixe ... AZUL
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