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Poesias-->medico 303 -- 18/12/2011 - 00:18 (maria da graça ferraz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
São tantas Anas!

E tantas as Carolinas

Marias, Marilias, Marinas!

São tantas tantas meninas

que atendo todos os dias

no hospital pobre



E elas são tão parecidas

umas com as outras :



O mesmo ar despreendido

de quem pensa que toda maldade do mundo

é apenas uma mentirinha

que a ninguém prejudica

ou desilude ou agride

como dizer para a mãe ,

olhar baixo, voz contrita :

" Não, eu não estou namorando escondido"



São muitas as Anas, as Marias,

as Marilias Marinas Meninas Carolinas

O mesmo olhar grande aberto

de flor do mato

O mesmo sorriso fácil branco

de quem se entrega

rápido às coisas

e se prega ao alto



O mesmo desejo

pelo primeiro beijo

e pelo vestido de festa

O mesmo pé

que se torce e se fere

para ser o de Cinderela

A mesma alma

que ainda não sabe

que o fado se repete



No rostinho a seborréia

Pele mal tratada

Cor de Mate

Ainda assim enfeitada

e desairosa

O traço exagerado

do lápis no olho

sublinha o rosto espancado

de um guaximin

O batom gorduroso barato

que empasta e gruda

como bolo de aipim



A roupa de tecido

áspero suja

cor de rosa, de jasmim, de cravo,

de jardim bravo

O cabelo mal tingido,

dois dedos na raiz escuro,

amarrado em laços

com mimos e adulos



A inocencia

retira-lhes todo o pecado!

E se não há pecado,

não há beleza

e nem feiúra

Não há como julgá-las!



E no ar, o cheiro de chiclete

com suor

O sonho doce sendo consumido

pouco a pouco

pela realidade da vida



Até que nada mais restará delas

Nem da Ana.Nem de Marilia.

Nem de Marina. Meninas! Carolinas!

Exceto as mãos!

As mãos que traçaram o batom,

prenderam cabelos,

plantaram canela,

guardaram papel de bombom...



Após embalar filho,

mexer panela,

defender-se das surras do marido,

são as mãos de todas elas,

todas essas mãos , juntas, unas,

que vão enxugar as lágrimas

uma a uma

como quem cata feijão

sobre a toalha escura
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