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Poesias-->pl-160 -- 24/12/2010 - 23:35 (maria da graça ferraz) |
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Por que será
que o mesmo Curso Universitário
que forma jornalistas
também forma publicitários?
Ora,
porque tanto um
como o outro,
são mercadores
Enquanto um vende produtos,
o outro vende notícias
Mas ambos servem aos mesmos Senhores
No caso dele, um jornalista,
bastava adicionar uma vírgula,
uma nova palavra, uma metáfora,
para se produzir algo ambíguo:
Uma verdade contada
através de muitas mentiras
E, depois, era só
repetí-la
repetí-la
todos os dias
Foi assim, que ele criara
o verbo TRANSVALORAR
em substituição ao DESTRUIR
E o pessoal ia TRANSVALORANDO
E ele destruindo-se de tanto rir
Teria sido um bom romancista, admitia
Afinal, sempre fora criativo
Iludia. Seduzia.
Adivinhava os labirintos
da alma humana
desta gente desprevenida :
Seus desejos mais secretos
e seus sonhos mais proibidos
Ele era um jornalista!
Um tipo de pastor intelectivo
Conduzia as ovelhas
para o Paraíso
E o Paraíso estava sempre
perto de quem lhe pagava
em dinheiro vivo e à vista
Poderia ter vendido lingeris
Mas preferia vender
políticos imbecis
Afinal, o Código do consumidor
é mais rígido
com a calcinha
do que o Código eleitoral
com as impudicícias
mesquinhas
Assim, ele transformou
azarões em favoritos nacionais,
bestas quadradas
em gênios de raça,
arrogantes vocacionais
em poços de humildade,
gargantas franzinas
em tenores de operetas,
pernas finas
em grandes vedetas,
cruéis terroristas
em mães amantíssimas,
um analfabeto feio piqueteiro
em um estadista
imbatível em pleito
A verdade? Apenas um ponto de vista!
Sim, ele criava realidades
Tendências. Nova cultura!
Provocava reações
de amor e de repulsa
Armava rodas gigantes
para a opinião pública
Dava-lhes o que queriam:
Escandalos. ídolos.
E tudo embalado com grande LUXO
sem o mínimo escrúpulo
Afinal, o povo!
Ora, o povo!
O povo desejava apenas
o pão
E, por esta razão,
trocava facilmente a liberdade
pela servidão
O livre arbítrio
para um povo
fraco e covarde
é doloroso!
Assim, ele os ajudava
na tarefa de discernir
entre o mal e o bem,
entre ser alguém ou ninguém,
entre o urubu e o bem-te-vi
A consciencia
para este tipo de gente
é uma doença
O MUNDO amava os CANALHAS
Um homem de caráter
e de firmes crenças
neste jornalismo bandalha
termina desempregado
porque é politicamente incorreto
A VERDADE,HOJE, SAIBAM,DÁ PROCESSO!
E fica calado, quem é esperto!
E ele ia caminhando pelas ruas
Era Domingo
Na banca de revistas,a manchete :
" Últimas pesquisas
indicam que a esmagadora maioria
apóia o presidente"
Fora ele quem escrevera aquilo!
Ele ria!
Sim,ele era ousado! PETULANTE!
Um provocador!
Neste instante,
ele observara uma velha
feia, pobre e escoliótica
Sim, ele poderia vendê-la
Transformá-la numa líder ecológica
ou numa defensora ferrenha
de causas feministas
Talvez, numa grande política
Poderia vender o que quizesse
O bêbedo que dormia na calçada
poderia ser um grande astro
de roque ou cantor de lambada
Poderia até vender o SOL
O SOL?
Não, iria ser pretensão demais!
Isto fora besteira
dos modernos ícaros
com suas ambiciosas asas de cera
Afinal, o aquecimento global
foi a grande farsa mundial
Para tudo há um limite
Deus não lê jornal!
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