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| Poesias-->médico 309 -- 24/12/2010 - 23:03 (maria da graça ferraz) |
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De tudo, saibas,
permanecerá a Verdade-
inatingível, clara-
de cuja visão
restam apenas estas sombras
tontas e escuras
que se batem e se quebram
nas paredes deste hospital
De tudo, saibas,
restará um pequeno
laço de fita vermelha
arrancado do pulso
de uma virgem
a boiar infinitamente
nos mares de recifes
que ninguém mais sabe o nome
De tudo, restará, saibas,
restará uma voz urgente
e desesperada a implorar
àquele que nasce:
" Chora, criança! Chora"
De tudo, restarão rabiscos,
rascunhos, linhas, novelos,
versos embaralhados,
de uma médica cansada
De tudo, enfim, restará
nossa Fé-
esta flor branca à janela-
a emergir o sonho
no impossível angulo
entre duas paralelas
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